quarta-feira, 2 de abril de 2014

CISMA


Uma suposição. Arrepio que surge como insistente pergunta. A mesma. Sempre a mesma. De todas as respostas que me cobrem, nenhuma basta ao desejo. Desenhado em brasa, acomoda-se nas cores sem revelação. 
Escolho música, poesia, flores. Preparo o mundo para que pareça maior do que o caminho que seus olhos possam percorrer. Mergulho dúvidas em vasos de mel.Tenho os melhores momentos guardados em dobrados silêncios.
Tola, prefiro evitar essas ondas de sensatez. O corte prolonga-se na sua temida ausência. Cismo. Embriago-me de sonhos roubados de outra vida. Sinto o vazio. Sorrio anunciação e aguardo proteção. Há mais beijos do que espinhos. Sei que sim.
Estendo tapetes de folhas outonais. Todas nos tons da sua pele e voz. Convido sua vida a entrar, a encostar na minha. 
Que haja faíscas, que falhem os previstos senãos. De agora em diante, arda o que lhe agradar. Até eu dizer sim. Por cima do improvável desfecho. Por pura cisma.