Tempos difíceis. Ou serão tempos virtualmente imperfeitos? Às vezes, me perco entre tantos e-mails de amigos quase desconhecidos que lotam minha caixa postal com mensagens repassadas de misteriosos autores.
Por outro lado, a possibilidade de rever velhos amigos perdidos em algum lugar da minha remota infância quase me faz buscar a beatificação de Nossa Senhora do Sagrado Cosmo Virtual. Sim, porque tem de haver alguma coisa do tipo no contexto atual.
Atravesso algumas noites insones rastreando páginas intrigantes que me levam a lugares interessantes e assim vou esgotando meu tempo real em promessas virtuais. O mundo ampliou-se com a tecnologia da informática, tornou-se veloz, mais repleto, enorme, gordo e preguiçoso.
Passamos a ter uma certa preguiça mental e até mesmo emocional para lidar com relacionamentos concretos. O computador oferece uma barreira de proteção que nos leva à ilusão de que somos ótimos e temos um milhão de amigos legais. De onde te conheço mesmo? Claro, do Orkut , da página de fulano que faz parte daquela comunidade... Ahhh... somos amigos? Ah, entendo: só virtualmente.
E se alguma dúvida me persegue, apelo para o meu amigo Google, senhor de todos os conhecimentos. E acho. Acho muito material. Acho pesquisas, fotos, imagens e muito lixo que não pode ser reciclado por neurônio algum.
Não tenho como negar. Vou ter que confessar. Entreguei-me sem pudores ao maravilhoso mundo novo virtual.