Há coisas que jamais deveriam ser descobertas. Deveriam permanecer camufladas na ignorância. Ou simplesmente desaparecer no caos absoluto da inocência.
Esperar que tudo se ajeite, que as palavras surjam em harmonia e derramem sabedoria não só é inútil como talvez cruel. O mais alto grau de crueldade: aquela dirigida a nós mesmos. Como lança cega, que vai ferir, mas mais lentamente. E quem precisa de lentidão para sofrer? Quem precisa de calma para absorver as punhaladas?
De boas intenções, meu mundo está cheio. Repleto até o teto das ilusões. Posso até rir das segundas intenções, envaidecida com as propostas mais indecorosas e completá-las com o descaso de um sorriso. Vou, assim, colecionando essas borboletas tão fugazes e quando ameaçam perder cor e brilho, eu as liberto. Para o mundo, sem maiores intenções.
Intenções esbarram nas opções. E estas podem ser tantas. Podem colorir um arco-iris inteiro ou manchar o sol com sombras. Elas podem ser minhas ou suas. Podem ser as melhores e também as piores. Você pode aceitá-las ou não. Às vezes, você é a opção. Às vezes, não.
Tenho sempre a intenção de ser a primeira opção. Modéstia nenhuma me impede de subir ao pódio da preferência. Segundos lugares não me interessam. Competir não é meu esporte favorito. Quando não sou a primeira opção, eu me encho de milhares de intenções. Nenhuma boa. Desculpe, mas não tenho outra opção!