domingo, 22 de janeiro de 2012

DIA DE RECICLAGEM

No meu bairro, o dia de coleta do lixo reciclável é quinta-feira. Eu adoro quintas-feiras, são especiais. Além de eu ter nascido neste dia da semana, ele me parece um prenúncio de algo bom para acontecer. Depois, meus programas de TV favoritos passam nesse dia. Enfim, quinta é quinta e nunca de quinta.
Então, já que é pra reciclar, eu faço direito. Lavo, limpo, desmonto, separo e embalo. Não tenho lugar para acumular os recicláveis, então o tanque serve de depósito provisório. Dá trabalho, atrapalha minha vista dos vasinhos na área de serviço, compromete meu pouco espaço doméstico, mas me dá  a satisfação do dever cumprido.
Ao separar o lixo orgânico do reciclável, separo também minhas ideias. Não é uma triagem simples pois engloba muitos sentimentos conflitantes. Há coisas que são fáceis de se destinar ao lixo, lixo eterno, descartado, deletado e, com sorte, esquecido. Há outras que emperram na boca da lata, não cabem no cano do anonimato, não desparecem nem por mágica. O que fazer com elas então? Deixo algum dejeto sentimental pelos cantos da minha mente, jogo sobre ele uma manta de tolerância para ver se camuflo sua feiura.
Com a reciclagem material e mental, me aproximo mais do ideal. Não de qualquer ideal, mas do meu ideal. Higiene física e mental, paz assegurada por alguns momentos. Não salvo o mundo, nem o meu mundo, mas faço a minha parte. Faça a sua!

Um comentário:

Ana Silva disse...

No momento, querida, estou jogando fora e nem quero reciclar...mas está difícil..como é difícil lidar com papéis, contas, livros, cadernos...Mas já não dá mais pra acumular...preciso liberar os armários e as gavetas e minha mente e meu coração e minha vida e e e...