quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O ENCONTRO



Horas, sentinelas dos meus sonhos, apressem seu ritmo. Tirem-me da agonia que é ver a areia do tempo pesando sobre o vidro da ilusão. Desfaçam as ondas que aos poucos destroem meus castelos de areia. Não tenho tempo agora para ser racional andarilha. Meus pés recusam-se a abandonar a umidade das marés.
Os sentidos aquietam-se à beira do abismo. Que eu saiba olhar sem perceber o medo refletido no tremor dos meus passos. Alertas, possam me conduzir meus anseios ao lado de lá.
O eco em ondas repetindo luar e estrelas. No mar, as conchas recolhem som e sorrisos . A renda formada pelo sal em sua pele a bordar desejos.
Percebo cada momento aguardado e em segredo mantenho certezas. Direi todas baixinho como confissão indecente. 
Ah, horas que não passam! Se eu prometer sensatez, serão gentis? Corram, mesmo que mais tarde eu precise do tempo que renego agora. Eu sei, mas por ora, me deixem delirar com um amanhã que virá me encontrar. Estarei ali com o melhor de todos os sorrisos: amor.

Nenhum comentário: