Não procurava significado no silêncio. As pausas pareciam cruéis, prontas para despedaçar sonhos.
Cismou, só isso.Quis adequar cenário ao personagem que surgia. Teimou que era ele o redentor do texto fraco e diálogo ridículo. De repente, tudo encaixava-se sílaba por sílaba. Tinha de ser assim.
Com ele, desfiou os mantos da sensatez. Rasgou amanhãs sem temor. Quis acreditar, enfim, que era o melhor enredo.
Deixou-se inaugurar, em sonhos transformada. Dali, poderiam surgir outros temas, muitos passos a seguir.
Nem esperou o primeiro sinal para bordar interesse nas vestes e olhares. Fez-se muda, impaciente a acumular tempestade e urgência.
Quando então, o teatro encheu-se de fantasmas, ela procurou em vão. O olhar que nele sempre buscara, ali se desencantava. A cortina pesava expectativa e desilusão. Da sua imaginação, cismara história e só.
E o show a recomeçar, trocava personagens e amores. Os aplausos, se aplausos ouvisse , seriam para todos a negação do que ela criara. Ali não estava. Não tardaria a inexistir. Outro nome a rasgar destino ponta a ponta. The end.
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