quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

POSSIBILIDADES

Por todos os lados, tentava encontrar a resposta. Assim como se pudesse resgatar a verdade com um só olhar . Adorava aquele silêncio que se instalava no vão dos seus pensamentos. Ninguém para censurar sua ira infantil. Ninguém para perder suas palavras. 
Já havia repetido tudo aquilo tantas vezes. Perdia o rumo da sua vida em várias ocasiões. E se retirava do mundo para poder velar pela ausência de sentido.
Sentia frio e um vazio crescente. Chovia muito, demais até para o seu estado de espírito. Sempre chovia quando pressentia o fim. Seguia passos distantes. Prometia a si mesma amanhãs melhores para instalar seus sonhos.
Tinha pressa e teimava em buscar abrigo em um nome no escuro. Temia mais um passo em falso. Pulsava em algum lugar do pensamento daquele que não parecia perceber a insuportável espera. Dizia adeus mil vezes e nada lhe vinha por dentro. Tão distantes como no princípio, tão indefinidos em qualquer tempo.
Batia portas expulsando o silêncio sagrado. Não conseguia raciocinar direito e por isso precisava escrever. Outra carta. Mais uma que jamais seria enviada. Não queria dizer antes da hora. Preferia esperar pelo momento certo. Mas sabia, e como sabia, que esperar pela perfeição seria pura tolice. Por isso, escolhia o agora, rasgado, estilhaçado.



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