sábado, 17 de janeiro de 2015

DESPROCURO



A água corre ao contrário, some no redemoinho desconstruído do tempo. O caminho não é de ida. Também, não oferece volta. Talvez, seja pausa e descanso. Talvez, seja mais de mim mesma. 
Meus olhos não focam, não escolhem paisagens além do horizonte. As cores multiplicam-se, em giros contínuos e cada vez mais velozes.Misturam-se, contaminando a hora e a dúvida. Na tontura do momento, tingem a vida de branco. Há paz. 
Não existe nada adiante que convença meus sentidos. Não há procura onde já brotou a curiosa atenção. Agora, arado o solo, a água espera o chamado da semente. Não colho, nem escolho. 
As mensagens são apagadas, as fotos rasgadas, as palavras esquecidas. O branco domina tela, papel, mente. 
O merecido acaso desfaz as pegadas na areia do esperar. Posso agora seguir, tropeçar, confundir os dias e deixar de contar as luas. 
Faço o trajeto inverso das minhas opções, dispo minhas intenções e não antecipo mais desejos. Estranha liberdade. Bendita liberdade.

Um comentário:

António Je. Batalha disse...

Ao passar pela net encontrei seu blog, estive a ver e ler alguma postagens é um bom blog,gostei de o conhecer é daqueles que gostamos de visitar, e ficar mais um pouco.
Tenho um blog, Peregrino E servo, se desejar fazer uma visita.
Ficarei radiante se desejar fazer parte dos meus amigos virtuais, saiba que sempre retribuo seguido também o seu blog.
Minhas saudações.
António Batalha.
Peregrino E Servo