quinta-feira, 9 de junho de 2011

Arrependimento é pecado?

Já me cansei de ouvir que ninguém se arrepende de mais nada. Virou chavão dizer "só me arrependo do que não fiz". Ainda há aqueles que, nobres conhecedores da sua própria alma, acrescentam pérolas como: não me arrependo de nada porque tudo que fiz me levou aonde estou, me tornou quem eu sou.
Claro que tudo o que vivemos nos transforma, mas vai dizer que alguns episódios não poderiam ser descartados ou, pelo menos, reciclados? Aquela palavra maldita, apressada, sem coerência e objetivo, não poderia ter sido deletada? Os erros são necessários para o crescimento, mas dizer que não se arrepende é afirmar que não se muda e se não se muda, não se evolui. Se não há evolução, o que estamos fazendo aqui? Ocupando espaço?
Eu me arrependo quase na mesma proporção de que me orgulho das minhas atitudes. E liberado o arrependimento, a vida se torna mais fluida, mais plena de possibilidades de alegria. Não preciso ser perfeita e o meu arrependimento não busca perdão. Ou talvez busque. O meu.
Se você não se arrepende perde a chance de refazer o caminho trilhado. Se você não se arrepende, emburrece, se torna estátua de sal e destino do caos.



Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo com seu último comentário: perdoar a mim (ui, tá certo?)

Já me arrependi, sim, de ter dito algo, mas não fico me penitenciando. Penso, "verdade, poderia ter feito assim... Ah, mas sou humana, da próxima vez, faço melhor!" Verdade, sem arrependimento, continuamos errando.

Parece até aquela música do Peter Cetera, "da próxima vez que me apaixonar, vou saber melhor o que fazer".