quinta-feira, 9 de junho de 2011

RECONCILIAÇÃO

Enquanto sinto saudades do atual acaso, surgem imagens que não pertenciam a este momento. Uma reconciliação tardia entre dois que nunca se entenderam como um. Mas a história foi escrita indiferente da vontade de ambos. O tempo passou lentamente e as imagens ficaram congeladas. Não tenho mais do que vinte anos, não tenho tanta experiência, não tenho medos nem acertos, só o desejo de continuar na sua pele.
O quanto posso me perder nesse enredo? O quanto posso querer recordar o que ficou marcado? O quanto posso perdoar meus passos e desejos? Apagaria a trilha sonora dessa história? Deixaria de suportar os dias que se sucedem em um plano paralelo onde nos encontramos e fomos felizes? Eu deixo a história findar e deixo a vida correr solta... Não prendo a dor no lugar da saudade. O que foi, foi. O que é ainda se constrói.

A distância tem o mesmo efeito da passagem do tempo?

Permanecemos calados nesta viagem como se fosse o suficiente para evitar que o primeiro beijo fosse revelado, que a primeira palavra fosse dita, que o primeiro desejo se cumprisse.
Permanecemos de mãos dadas como amigos. Como se fosse o bastante para superar mais uma pausa neste enredo.

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