sexta-feira, 2 de setembro de 2011

LUCY IN THE SKY WITH POETRY


Era uma vez uma professora que decidiu que os seus alunos deveriam, sim, sonhar acordados. Ela desejava que os adolescentes admirassem os poetas como estrelas não tão distantes, mas muito mais brilhantes. Não sei de todos os detalhes envolvidos, mas Lúcia conseguiu um céu estrelado onde só havia o previsível.


Com a ajuda dos seus alunos, colou estrelas de vários tamanhos no teto da sala de aula. Para que as estrelas não se sentissem sozinhas ou inúteis, buscou os versos e pensamentos com elas relacionados. Ficou lindo! As estrelas representavam sonhos e, quem sabe, como dizia Guimarães Rosa, pessoas que ficaram encantadas.

O teto já não era mais um teto, era uma constelação. Imagino que a participação dos jovens deve ter sido aquele misto de caos e contentamento do qual só os chamados inexperientes são capazes. Consigo imaginar a professora voltar seus belos olhos azuis para o céu criado e suspirar feliz.

E do caos das palavras multiplicadas em versos, surgiu o silêncio do encantamento pela obra realizada. Só então, assim como no espanto de Olavo Bilac, ouviram-se estrelas.


Um comentário:

weed disse...

Nossa, Claudia, só vc mesmo! Adorei!