quarta-feira, 18 de abril de 2012

NA SOMBRA COM O ESCORPIÃO

Nos dias ensolarados quando há tantas ofertas de luz e calor, esquecemos que ainda assim existem sombras. Essas projeções que se inclinam sem cálculos ou previsões e que dão abrigo ao que tanto queremos esconder. São parte de tudo, nascem da luz e ao mesmo tempo parecem estar sempre lutando com ela.
Os raios de sol que atingem objetos, natureza e pessoas despejam sobre os mesmos o seu contrário: a ameaça de escuridão.
Estar na sombra pode ser bom, reparador e essencial muitas vezes. No entanto, esse aspecto sombrio torna as nossas perspectivas dúbias, inexatas e mergulhadas em um quase caos.
É na sombra onde os bichos rasteiros se escondem, onde procuram suas brechas de anonimato. Muitos velam sua própria sombra, cultuam seus espaços sem luz negando qualquer resquício de calor. E assim, projetam-se dos iluminados, alcançando sempre o vazio por nunca terem o que brilhar.
A vida nem sempre é bela. Nem sempre iluminada com cores fortes e brilhantes. Tem lá suas sombras, seus poços estranhos, seus desejos emaranhados e às vezes perversidades nada sutis.
A luz sempre cobra o seu preço, nem sempre aceita parcelar e então a sombra surge mais forte, em desenhos curiosos, feito um escorpião acuado na sua roda de fogo.
Todo ser que se ilumina também esconde o seu outro lado, na sombra com o escorpião.

2 comentários:

Ana Silva disse...

É, amiga, sempre existe uma poeira embaixo do tapete..às vezes acho melhor deixá-la lá...em outras, tento removê-la..

Anônimo disse...

Lilith no mapa!