Nas pausas das esperas, as mães conversam. Trocam opiniões sobre momentos cruciais em suas vidas como o primeiro dia do filho na escola. Para algumas, a separação, mesmo breve, parece uma tortura. Para outras, é um marco na sequência de desenvolvimento das crianças. Para mim, foi a emoção do primeiro ato independente.
Laura queixa-se porque sua filha Ana não se agarrou as suas pernas chorando para que não a deixasse ali naquele lugar, com aquelas pessoas estranhas. Bia confessa que chorou depois de conseguir convencer os gêmeos a ficarem na escola. Há uma certa incoerência nos sentimentos maternos. Não se quer que o filho sofra, nem se apegue a momentos difíceis. Ao mesmo tempo, há uma certa melancolia ao perceber que o rebento pode sobreviver longe do ninho, do colo materno.
Eu lembro muito bem quando minha filha chorou na porta da escola. Não porque eu ia deixá-la ali, mas porque queria entrar, queria fazer parte daquele mundo tão interessante com outros seres como ela. A diretora deixou a menina de 2 anos entrar, mexer nos brinquedos e até participar da aula de dança das crianças maiorzinhas. E lá ela estava feliz, pronta para aquela nova aventura. Difícil foi convencê-la de que não era ainda a sua hora. Ainda faltavam alguns meses para que fosse matriculada na escola. Mas quando o dia chegou, ela triunfou. Acostumada a ficar só comigo, provavelmente estranharia o afastamento. Todos me alertaram : essa menina vai dar trabalho, vai abrir o berreiro na porta do colégio. Não escutei, eu conhecia minha filha. E lá foi ela, uniforme novo, mochila nova de carrinho, que ela mesma puxava toda confiante do alto dos seus quase três anos. Dei um beijo na sua bochecha fofa e a entreguei às professoras na porta. Ela olhou para trás? Não, nem uma vez. Nada, nem um passo hesitante. E eu? Feliz, muito feliz pelo vôo independente e cheio de segurança da minha cria.
4 comentários:
Saudades da época em que eu ficava lendo enquanto eles nadavam..um olho no livro.outro na piscina..ou nas aulas de ballet..ou no karatê..bons tempos..Hj estão independentes e estou nafase de ir buscar nas baladas..Mas, tb há seus encantos..eles entram no carro cheios de alegria e com muitas novidades pra contar..mesmo que sejam 3 horas da manhã...ou seja, depois q eles nascem, não dormimos mais..rs ou porque estão chorando, doentes ou vindo das baladas..cada idade..seu encanto..
Oi! Gostei tanto do seu texto que tomei a liberdade de fazer um link do meu blog para este texto..Dá uma olhada:www.considerasobreeducacao.blogspot.com
Se vc não quiser, posso deletar.
Bjos
Hoje aconteceu comigo exatamente isso. Foi o segundo dia de aula do pequeno na ESCOLA NOVA, ele saiu do carro, foi entrando, nem olhou pra tras, nem deu tchau, nem nada! So' mandou um beijinho porque a professora perguntou "nao vai mandar um beijinho pra mae?"! kkkkk!
Filhos do Mundo!
Bjs!
Verdade, Roberta, quantos sentimentos contraditórios.
Outro dia meu filhinho mais novo não quis ir com o pai e ele perguntou, "mas você não vai sentir falta do papai?" E ele, "Não". Senti o desapontamento nos olhos dele.
Postar um comentário