domingo, 28 de agosto de 2011

O Mundo Bipolar




Parece que virou moda. A atriz declarou-se bipolar, diagnosticada por uns três ou quatro amigos e buscou a quarta opinião em um renomado psiquiatra. Bipolar. O termo é até bonito, invoca a imagem do polo norte e do polo sul, extremos do planeta. No entanto, a situação de um bipolar não é tão nítida assim.
A pessoa não se descobre bipolar. Não é ela, são suas emoções. Eu diria mais: a vida é bipolar. Quem já não viveu um dia de êxtase seguido de uma noite atormentada? Quem já não se chocou com a bipolaridade do nascimento de um em contraste com a morte do outro? E o clima então? De manhã, frio intenso, meio dia de ventos abafados e à noitinha chuva de verão? Se esperarmos mais um pouco, neva. Isso é bipolar. É chegar do hemisfério sul direto ao norte. É chocar o polo positivo com o polo negativo e tentar tirar daí alguma energia para continuar vivendo quase normalmente.
Para o transtorno psiquiátrico, toma-se medicação. E a vida bipolar, o que fazemos com ela? Ou aceitamos a emoção e o pânico da imensa montanha russa ou vamos enfrentar maus pedaços. Não há como esperar sensatez e equilíbrio da vida. Não depende só de nós. Tudo conspira a nosso favor e contra nós , de um segundo ao outro. Isso não é emocionante? É, mas também extenuante, desgastante, quase degradante.
Enquanto me acerto com os polos alheios e extremos, procuro me equilibrar no eixo, buscando o meio do caminho, onde está a virtude e os mais chatinhos neurônios organizados em fileiras.
Onde estará esse equilíbrio tão desejado? Exatamente entre os polos, no Equador??? Ou será apenas um mito criado pela civilização?

Um comentário:

Anônimo disse...

Ain, vou aqui comentar muuuito zen:
o segredo é o caminho do meio.