quarta-feira, 31 de agosto de 2011

MAIS TARDE DO QUE NUNCA

Nada mais do que espanto. A magia do tempo escorrendo entre os destinos. Cobiçavam corpos e mentes, ateavam fogo em promessas vãs, cuspiam ilusões. Conheciam o mistério do desejo, a química do desengano, a fórmula perfeita da fantasia. Mãos dadas, linhas entrelaçadas. Quantos feitiços existiriam naquela noite?
Iam assim seguindo a noite, suavemente embriagados pela lua mãe. Pediam proteção para suas entidades ocultas, para suas próprias armadilhas. Eram tão poderosos e, ao mesmo tempo, temerosos de seu próprio veneno.
Ela sempre desejara que o destino tivesse um rosto como o daquele homem. Mesmo que não conseguisse se lembrar dele com muita frequência. Buscava naqueles olhos um redemoinho de paixão e confusão. Não entendia porque seus olhos pareciam miragens. Amanhã, apagaria tudo, do nada recomeçaria e a lenda se confirmaria.


Um comentário:

Ana Silva disse...

Vc está a cada dia melhor!