segunda-feira, 4 de junho de 2012

DOCE PIMENTA


Quando nos deparamos com aqueles lindos olhos verdes, ficamos em dúvida se eles já amadureceram. Aí, dá uma vontade enorme de colher toda aquela beleza brotando.
A menina anda depressa, quase pulando, saltitando entre uma vontade e outra. De novo, já veio outro palpite, uma interrogação espalhada por todos em volta. Ela sorri zombando da ingenuidade dos adultos, da falta de atenção que têm com certos detalhes que, para ela, parecem tão óbvios.
Ela possui o controle nada remoto, a percepção plena do que devia e não devia conhecer. Joga, aposta alto e não tem medo do resultado de mais um arriscado lance. Tem tudo ali, calculado na impossibilidade dos seus poucos anos. É toda linda, toda charme e cor.
Tem dias que é doce e outros que só de se chegar perto os olhos lacrimejam com o seu apimentado ardor. Dá vontade de morder de tão bonita e suculenta, de apertar para ver se espremendo sai toda aquela graciosidade em flor.
E chora, e reclama e bate o pé. Tudo isso faz parte do show da estrela. Ela tem lá seus dias de diva, de star internacional, primadonna de ópera infantil. Será que ela não sabe que não precisa de nada disso? Que já tem toda luz e carisma para brilhar por séculos? Todos aplaudem de pé e os mais corajosos pedem bis.
Não é fácil, não. É pimenta, das mais ardidas, das mais belas, daquelas que enfeitam potes e parecem jóias.
De tudo, é mais ainda. É a menina correndo pelos nossos olhos. É o espetacular desabrochar em pétalas e sonhos. É a nossa Gigi amada, pimentinha linda da titia!

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