domingo, 18 de agosto de 2013

SE FOSSE UMA DECLARAÇÃO...


Tudo bem, é quase nada. Ou talvez seja miragem, delírio, perturbação de uma tarde sem razão. Meus pés molhados no mar, minha cabeça ameaçando neblina. 
Não me peça para enxergar. Não sei calcular sua presença em mim. Com quantos sinais se chega ao resultado? Depois de quantas palavras se toma fôlego para acreditar?
O capricho do início derrotou minha resistência. Meus olhos já recolhiam promessas antes do amanhecer. Seria mais seguro seguir ceifando ilusão com ironia. Mas de repente, meu braço cansou da luta. Só quis ser abraço e redenção. Só quis acompanhar, deixar mão alcançar mão. 
Peço outra alternativa, em vão. Outro caminho não há. Nem mesmo atalhos posso seguir. Sem pedras no bolso, só me resta percorrer essa trilha que me oferece. Se abre um pouco, de tanta terra batida, maltratada quase maldita. 
Pedaço a pedaço, conquisto um sol do seu lugar. E enquanto espero, tudo acalma, obriga pausa, simula paz. Aceito porque outra opção não me dá. Então, recomeça tudo: pés, água, neblina, nuvem, braço em abraço, mãos e beijos, silêncio da chegada. O que será? Não sei. Nem preciso mais saber. 

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