quinta-feira, 27 de setembro de 2012

APÓS O ASSALTO - by M.F.N.S. (Participação especial)


Fechar a porta, apagar as luzes
não esquecer de recolher o lixo
este sim pesado demais pra não se prestar atenção no que tem dentro - toda luz
e todos os sonhos ali jogados

Displicentemente, como que jogados sem terem sido vistos ao cair gritando à espera de quem sabe?... serem recolhidos de lá
mas sabem que não serão
a luz já bem fraca na lembrança
ainda teimosa, fica, ali, alimentando os pobres sonhos que choram saudosos
nessa sala, de onde foram embora a vida e a emoção
recolher os cacos do vidro, do que foi quebrado na hora da raiva, só traz mais silêncio
a dona do lugar, a esperança, conversando com os sonhos ali jogados, fica o tempo todo alimentando aquelas ventanias, aqueles temporais que hoje não aparecem mais
lembram de quando a cerca branca rodeava a casa
o balanço vibrava nos empurrões firmes, enquanto a criança ria feliz, almejando só aquele momento
onde dançar e rir alto era o que tinha
silenciar?

Só ao som de uma música, num abraço terno
de olhos fechados, suspirando
nem sequer imaginava um futuro tão solitário
e a mesma esperança que hoje agoniza ali, tentando mantê-los todos junto dela
percebe que está mesmo na hora de fazer um balanço
fechar as portas
contabilizar as perdas
pois os ganhos foram todos levados de assalto
por uma gangue no crime perfeito
deixando somente aquele rastro de loucura
tudo revirado
tudo sem chão
sem saber por onde recomeçar, ela decide cabisbaixa
sair, olhando tudo o que havia construído, olhando pela ultima vez aquele que foi seu tão desejado lugar
feito com tanto carinho e paixão
agora fechando as portas, com tudo revirado lá dentro
e diz sem olhar pra trás: "penso nisso amanhã!"

 

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